Entre o amor e o caos: a montanha-russa do Transtorno de Personalidade Borderline
O que é o Transtorno de Personalidade Borderline?
Escrito por Sabrina Lisboa • 8 Abril, 2025

Imagine viver em um constante turbilhão emocional, como se seus sentimentos estivessem sempre à flor da pele, prontos para transbordar a qualquer pequeno estímulo. Para muitas pessoas, isso não é apenas uma fase, é o cotidiano. Assim é a experiência de quem convive com o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), uma condição psicológica complexa, frequentemente incompreendida, mas profundamente humana.
Neste artigo, vamos explorar o que é o TPB, como ele se manifesta, de que forma impacta a vida das pessoas e como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ser uma luz no processo de equilíbrio emocional.
O TPB é um transtorno de personalidade caracterizado por padrões persistentes de instabilidade emocional, comportamentos impulsivos e dificuldades nas relações interpessoais. O termo “borderline” foi originalmente pensado para descrever pacientes que pareciam situar-se “na fronteira” entre a neurose e a psicose, uma definição ultrapassada, mas que marcou sua história clínica.
Atualmente, compreendemos o TPB como um transtorno do self: da forma como a pessoa se percebe, se relaciona com o mundo e com os outros. A dor psíquica vivida por quem tem TPB é real, intensa e, muitas vezes, silenciada.
Estudos indicam que o TPB afeta entre 1,6% e 5,9% da população mundial, sendo mais comumente diagnosticado em mulheres. No entanto, a subnotificação em homens é significativa, em parte por vieses clínicos e culturais.
O diagnóstico é feito com base em critérios do DSM-5, analisando os seguintes sintomas:
- Medo intenso de ser abandonado, mesmo sem motivo aparente
- Relacionamentos intensos e instáveis, alternando entre idealização e desvalorização
- Autoimagem distorcida e instável
- Impulsividade prejudicial (gastos excessivos, sexo de risco, uso de drogas)
- Comportamentos autolesivos e ideação suicida recorrente
- Oscilações de humor intensas, geralmente durando poucas horas
- Sentimentos crônicos de vazio e tédio existencial
- Raiva intensa e dificuldade para controlá-la
- Sintomas dissociativos ou paranoides transitórios sob estresse
Por que isso acontece? As raízes do transtorno
A origem do TPB é multifatorial. As principais pesquisas apontam para uma combinação de vulnerabilidades biológicas, experiências traumáticas na infância (como abuso, negligência emocional ou instabilidade familiar), e fatores de temperamento.
Segundo a TCC, essas experiências formam esquemas mentais disfuncionais, crenças centrais, como: “sou indigno de amor” ou “as pessoas sempre vão me abandonar”, que guiam as interpretações e reações da pessoa diante do mundo.
A emoção no TPB não é apenas intensa: ela é rápida, duradoura e difícil de regular. Pequenos gatilhos podem ativar estados emocionais extremos, levando a comportamentos impulsivos como uma tentativa desesperada de aliviar a dor interna.
Como é viver com Borderline?
Vamos imaginar a história de Clara, uma mulher de 32 anos. Ao conhecer alguém, ela sente que finalmente encontrou “sua alma gêmea”. Tudo é intenso: mensagens constantes, juras de amor, planos de futuro. Mas, ao menor sinal de distância, como uma resposta atrasada no WhatsApp, Clara entra em pânico. Chora compulsivamente, sente-se rejeitada e ameaçada. À noite, se corta. Não para “chamar atenção”, como o estigma sugere, mas como um grito de desespero, um pedido silencioso de alívio.
Do outro lado, Luís, 40 anos, muda de emprego constantemente. As críticas o destroem, ele se sente sempre “menos” que os colegas. Oscila entre querer ser o melhor e querer sumir. Em casa, explode com a esposa por motivos triviais, depois mergulha em culpa profunda. “Sou um monstro”, pensa. Esses relatos, fictícios, mas realistas, ilustram a experiência emocional crua e complexa do TPB, marcada por dor, mas também por uma sensibilidade profunda, quase poética, ao mundo.
Tratamento: há esperança?
Sim! E vem, principalmente, através da psicoterapia baseada em evidências. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), especialmente quando combinada com a Terapia Dialética-Comportamental (TDC), é uma das abordagens mais eficazes no tratamento do TPB. O foco é ajudar o paciente a:
- Reconhecer padrões de pensamento disfuncionais
- Regular emoções intensas
- Desenvolver habilidades de enfrentamento saudáveis
- Melhorar os relacionamentos interpessoais
- Reduzir comportamentos impulsivos e autodestrutivos
A TDC, desenvolvida por Marsha Linehan (que, inclusive, revelou ser ela mesma diagnosticada com TPB), ensina habilidades práticas em quatro áreas principais: mindfulness, tolerância ao sofrimento, regulação emocional e eficácia interpessoal. Em paralelo com a psicoterapia é muito importante o acompanhamento psiquiátrico, para uso de medicações, como: estabilizadores de humor ou antidepressivos, além da atividade física e uma rotina de vida mais planejada.
Tendo em vista todo esse repertório emocional e comportamental de quem convive com o TPB, é importante destacar não são pessoas “manipuladoras” ou “dramáticas”. Elas estão em sofrimento real. O rótulo estigmatizante é parte do que as afasta do cuidado e da empatia que merecem. Com suporte adequado muitos pacientes aprendem a compreender suas emoções, se relacionar de forma mais saudável consigo mesmo e com os outros.
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Cuide da Sua Mente Como Você Merece! Aqui, no blog, você encontra ferramentas práticas baseadas em TCC e evidências científicas para transformar desafios em conquistas. Compartilhe com alguém que também pode se beneficiar desse conteúdo, porque bem-estar mental é um direito de todos. Até a próxima terça, com mais estratégias para uma vida que vale a pena ser vivida!